Tenha amigos, eles podem prolongar a sua vida!

Segundo o portal Terra Ciência, somente agora é que os pesquisadores estão começando a entender a importância da amizade e das redes sociais para a saúde humana. Um estudo de pesquisadores australiano com 10 anos de duração constatou que pessoas mais velhas com um círculo mais extenso de amizades tinham 22% menos chance de morrer durante o período de estudo do que aquelas com menos amigos. Um grande estudo de 2007 demonstrou que o risco de obesidade é quase 60% mais alto entre as pessoas cujos amigos ganharam peso. E no ano passado, pesquisadores na Universidade Harvard reportaram que fortes laços sociais podem promover uma melhor saúde cerebral à medida que envelhecemos. As pesquisas sugerem que a amizade podem ter impacto maior sobre nosso bem-estar psicológico do que as relações familiares.

Amigos oferecem proteção

Em 2006, um estudo envolvendo cerca de três mil enfermeiras portadoras de câncer de mama constatou que as mulheres sem amigos próximos apresentavam incidência de morte quatro vezes mais alta, pela doença, do que as mulheres que contam com bons amigos. E, notavelmente, a proximidade e a freqüência de contato com os amigos não apresentavam associação com os índices de sobrevivência. Simplesmente ter amigos oferece proteção. Embora muitos dos estudos sobre amizade se concentram no relacionamento estreito entre mulheres, algumas pesquisas demonstram que os homens também podem se beneficiar.

Em um estudo de seis anos de duração envolvendo 736 homens suecos de meia-idade, um relacionamento afetivo com uma única pessoa não parecia afetar o risco de ataques cardíacos e doenças coronárias fatais, mas ter amigos fazia diferença. Apenas o fumo era um fator de risco tão forte quanto a falta de apoio social.

Não está inteiramente claro por que a amizade tem um efeito tão forte. Embora amigos possam fazer pequenos serviços e apanhar medicamentos para uma pessoa doente, os benefícios vão além da assistência física; de fato, a proximidade nem parece influenciar.

Pode ser que as pessoas com fortes conexões sociais também disponham de acesso melhor a serviços de saúde e assistência. Mas, para além disso, a amizade também tem profundo efeito psicológico. As pessoas com amizades fortes costumam apresentar menor incidência de resfriados do que as demais, talvez porque sofram de níveis mais baixos de estresse.

No ano passado, pesquisadores estudaram 34 alunos da Universidade da Virgínia, aos quais conduziram em passeio ao sopé de uma colina íngreme. Quando chegaram lá, cada um colocou uma mochila carregada nos ombros. Alguns dos participantes fizeram o percurso com amigos, e outros sozinhos. No sopé da colina, com a mochila nas costas, eles foram convidados a avaliar o quanto a encosta era íngreme. Os universitários que fizeram a caminhada acompanhados por amigos estimaram que a colina fosse menos íngreme. E quanto mais antiga a amizade entre as pessoas de cada grupo, menos íngreme a colina lhes parecia.

"As pessoas com redes de amizade mais fortes sentem que existe alguém a quem podem recorrer", diz Karen Roberto". A amizade é um recurso subestimado. A mensagem consistente de muitos estudos é a de que amigos tornam a vida melhor.

The Social Brain


Robin Dunbar, um antropólogo e psicólogo evolucionista da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, defende a idéia de que os contatos sociais são parte essencial da história evolutiva do nosso cérebro. Tudo começou quando ele, estudando macacos, percebeu que há uma relação significativa entre o tamanho do cérebro e o número de integrantes do grupo. Ou seja, um grupo numeroso de macacos costuma ser formado por indivíduos com córtex mais volumoso.

Dunbar explorou esse achado na nossa espécie e cogitou a hipótese de que a evolução do cérebro humano seria dependente e consequeência do desenvolvimento de estruturas sociais. Essa é a hipótese do "Social Brain". Para Dunbar, quanto mais indivíduos num grupo existe, mais informaçõs podem ser acessadas e processadas.

Capacidade limitada

Entretanto, nosso cérebro não apresenta uma capacidade ilimitada de processamento, por isso nós teríamos uma restrição na quantidade de indivíduos que mantemos relacionamento. Segundo Dunbar, essa capacidade seria em torno de 150 indivíduos. É interessante, por exemplo, observarmos o número de amigos que temos em redes sociais como orkut, facebook e Twitter. Realmente, para alguns, esse número pode ser pequeno demais, mas com quantos você realmente se relaciona? Quantos contatos existem na agenda do seu celular?

Estudos antropológicos oferecem algum suporte para a hipótese de Robin Dunbar. Agrupamentos humanos em torno de 150 pessoas podem ser encontrados em sociedades indígenas formadas por caçadores e coletores. Similarmente, na psicologia das organizações sabe-se que grupos de trabalho com mais de 150 indivíduos tendem a apresentar produtividade significativamente menor.

O que fica mais claro atualmente é que o vínculo familiar, e o apoio e o suporte advindos deste, pode estar muito mais relacionado a uma obrigação sociocultural do que a uma real afinidade entre as pessoas. Na amizade, nós escolhemos com quem queremos nos relacionar, e fazemos isso baseados apenas no que sentimos. Contudo, não se pode garantir que os resultados obtidos nessas pesquisas seriam os mesmos em outra época. Do ponto de vista psicológico, hoje, na sociedade ocidental, há uma desestruturação dos laços familiares e, de certa forma, a família já não funciona mais como o referencial afetivo que foi em outras épocas. Para muitas pessoas, em nosso tempo, os amigos constituem as referências mais constantes de afeto e suporte social.

E o meu amigo virtual?

Amigos virtuais podem ser bom para "enganar" a solidão, além de ajudar na expansão do círculo social, contribuindo para o acesso de um númerio maior de informações. Entretanto, amigos virtuais não são sinestésicos, não podem ser tocados, cheirados e muitas vezes ouvido e visto. Muitos estudos mostram a importância, por exemplo, de neurotransmissores como a ocitocina, os quais nos confere sensações agradáveis, que nos relaxa e nos faz sentir mais felizes. Por isso é bom a gente não nos deixar cair em tentação às famigeradas redes sociais e também aos MSN, gTalk da vida! Não estou dizendo que eles são ruins, pelo contrário, eu acho que sem eles eu não conseguiria viver distante de muitos dos meus amigos e familiares. Mas é bom lembrar que tudo em excesso é ruim! Então levante daí e vai dar um volta, ofereça e solicite um abraço!





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