Tenha amigos, eles podem prolongar a sua vida!

Amigos oferecem proteção
Em 2006, um estudo envolvendo cerca de três mil enfermeiras portadoras de câncer de mama constatou que as mulheres sem amigos próximos apresentavam incidência de morte quatro vezes mais alta, pela doença, do que as mulheres que contam com bons amigos. E, notavelmente, a proximidade e a freqüência de contato com os amigos não apresentavam associação com os índices de sobrevivência. Simplesmente ter amigos oferece proteção. Embora muitos dos estudos sobre amizade se concentram no relacionamento estreito entre mulheres, algumas pesquisas demonstram que os homens também podem se beneficiar.
Em um estudo de seis anos de duração envolvendo 736 homens suecos de meia-idade, um relacionamento afetivo com uma única pessoa não parecia afetar o risco de ataques cardíacos e doenças coronárias fatais, mas ter amigos fazia diferença. Apenas o fumo era um fator de risco tão forte quanto a falta de apoio social.
Não está inteiramente claro por que a amizade tem um efeito tão forte. Embora amigos possam fazer pequenos serviços e apanhar medicamentos para uma pessoa doente, os benefícios vão além da assistência física; de fato, a proximidade nem parece influenciar.
Pode ser que as pessoas com fortes conexões sociais também disponham de acesso melhor a serviços de saúde e assistência. Mas, para além disso, a amizade também tem profundo efeito psicológico. As pessoas com amizades fortes costumam apresentar menor incidência de resfriados do que as demais, talvez porque sofram de níveis mais baixos de estresse.
No ano passado, pesquisadores estudaram 34 alunos da Universidade da Virgínia, aos quais conduziram em passeio ao sopé de uma colina íngreme. Quando chegaram lá, cada um colocou uma mochila carregada nos ombros. Alguns dos participantes fizeram o percurso com amigos, e outros sozinhos. No sopé da colina, com a mochila nas costas, eles foram convidados a avaliar o quanto a encosta era íngreme. Os universitários que fizeram a caminhada acompanhados por amigos estimaram que a colina fosse menos íngreme. E quanto mais antiga a amizade entre as pessoas de cada grupo, menos íngreme a colina lhes parecia.
The Social Brain

Dunbar explorou esse achado na nossa espécie e cogitou a hipótese de que a evolução do cérebro humano seria dependente e consequeência do desenvolvimento de estruturas sociais. Essa é a hipótese do "Social Brain". Para Dunbar, quanto mais indivíduos num grupo existe, mais informaçõs podem ser acessadas e processadas.
Capacidade limitada
Entretanto, nosso cérebro não apresenta uma capacidade ilimitada de processamento, por isso nós teríamos uma restrição na quantidade de indivíduos que mantemos relacionamento. Segundo Dunbar, essa capacidade seria em torno de 150 indivíduos. É interessante, por exemplo, observarmos o número de amigos que temos em redes sociais como orkut, facebook e Twitter. Realmente, para alguns, esse número pode ser pequeno demais, mas com quantos você realmente se relaciona? Quantos contatos existem na agenda do seu celular?
Estudos antropológicos oferecem algum suporte para a hipótese de Robin Dunbar. Agrupamentos humanos em torno de 150 pessoas podem ser encontrados em sociedades indígenas formadas por caçadores e coletores. Similarmente, na psicologia das organizações sabe-se que grupos de trabalho com mais de 150 indivíduos tendem a apresentar produtividade significativamente menor.
O que fica mais claro atualmente é que o vínculo familiar, e o apoio e o suporte advindos deste, pode estar muito mais relacionado a uma obrigação sociocultural do que a uma real afinidade entre as pessoas. Na amizade, nós escolhemos com quem queremos nos relacionar, e fazemos isso baseados apenas no que sentimos. Contudo, não se pode garantir que os resultados obtidos nessas pesquisas seriam os mesmos em outra época. Do ponto de vista psicológico, hoje, na sociedade ocidental, há uma desestruturação dos laços familiares e, de certa forma, a família já não funciona mais como o referencial afetivo que foi em outras épocas. Para muitas pessoas, em nosso tempo, os amigos constituem as referências mais constantes de afeto e suporte social.
E o meu amigo virtual?Amigos virtuais pode

0 comentários: